Émile Durkheim e Max Weber

Uma peculiar curiosidade é a historia da ligação de Durkheim e Weber. Essa historia se inicia durante um artigo em que Durkheim escreve para a revista L´Année, onde critica o simplismo da obra de Marianne Weber, nada menos que a mulher de Max Weber. Ela publicou em 1907 seu livro sobre os problemas da família e do matrimonio. Diz-se ser esse a primeira “ligação” entre os dois.

A Sociologia começou a se consolidar enquanto disciplina acadêmica e a inspirar rigorosos procedimentos de pesquisa a partir das reflexões de Émile Durkheim e Max Weber. Ambos se dedicaram não só a delimitar e a investigar um grande numero de temas como a de dar-lhes uma clara definição sociológica. Uma parcela considerável da produção desses autores esteve voltada à discussão do método de pesquisa adequado à Sociologia.

A maior parte da vida de Durkheim transcorreu durante a Terceira República francesa (1970-1940), época caracterizada pela instabilidade política e pelas guerras civis. A sociedade européia mostrava-se a seus olhos ainda pouco integrada e cheia de contradições, a família e a religião acusavam sinais de enfraquecimento de suas antigas funções. Ele acreditava ser necessário descobrir novas fontes de solidariedade e de consenso entre os membros da sociedade para fortalecer sua coesão. Durkheim foi um liberal democrata disposto a levar à frente os ideais revolucionários de 1789. O positivismo foi a corrente de pensamento que teve maior influência sobre o método de investigação que ele elegeu como o mais correto para a coleta dos dados, a fim de que a Sociologia ultrapassasse os obstáculos impostos pelas noções vulgares e pela afetividade.

Já na Alemanha de Weber a situação social e política eram bastante distintas daquela que vigorava em boa parte do continente europeu. Sua industrialização foi retardatária em relação à da França e à da Inglaterra, faltando-lhe uma burguesia economicamente forte, politicamente audaz e com um certo grau de prestígio social.